Pesquisa recente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) serve de alerta para as mães de bebês com até 1 ano de idade. O estudo, realizado com cerca de 200 crianças entre 4 e 12 meses, revela que a maioria dos pequenos não recebe uma alimentação saudável no início da vida.
As mães foram “reprovadas” principalmente no que se refere ao tempo certo de introdução da mamadeira e, conseqüentemente, o consumo do leite de vaca integral. A maioria o faz a partir dos 3 meses, quando o correto, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatra, é manter exclusivamente a amamentação no peito até os 6 meses de vida.
Segundo a pesquisa, somente 12% dos menores de 6 meses e 6% dos maiores recebiam fórmulas infantis à base de leite adequadas para a idade. Além disso, o estudo mostra que as crianças cada vez mais cedo consomem alimentos com alto teor de gordura, como doces industrializados e refrigerantes.
A quantidade de frutas, verduras e legumes, por outro lado, é baixa quando se analisa a dieta alimentar delas. “Por uma série de fatores, as mães nem sempre acertam. Às vezes, elas até pensam que estão fazendo o melhor para seus filhos. Por exemplo, muitas mães me dizem que, depois do leite de vaca, o neném dorme melhor se comparado ao leite materno. Elas acham que os filhos ficam mais alimentados com a mamadeira, mas esquecem o mais importante: só o leite materno oferece anticorpos para os bebês”, diz o pediatra William Carlos de Moraes.
O trabalho da mãe também impede o controle dela sobre a alimentação do filho. Principalmente porque a licença maternidade de seis meses ainda não é um padrão no Brasil (a maioria fica quatro meses afastada). “Quando a mãe volta ao trabalho, já não pode amamentar com a mesma regularidade de antes e, neste caso, a introdução do leite de vaca acaba sendo indispensável”, reconhece Moraes. “Tem ainda o lado da praticidade. Muitas mães acham mais fácil comprar papinhas prontas, porém, não sabem que muitas delas tem grande quantidade de sódio que pode fazer mal para o bebê”, completa.
O hematopediatra Luciano Fuzzato, professor do Departamento de Hematologia e Pediatria da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), alerta que não à toa vem crescendo o diagnóstico de anemia entre crianças. “Estudos recentes afirmam que 40% dos menores de 5 anos no Brasil já têm anemia instalada no organismo, principalmente pelo baixo estoque de ferro. Além disso, a cada uma criança anêmica existem três com sérias deficiências de ferro e, portanto, propensão à anemia", explica.
A anemia afeta o crescimento da criança, especialmente sua disposição em uma das fases mais agitadas da vida humana. Uma dica para os pais é observar o comportamento dos pequenos e, caso haja uma preguiça repentina e mesmo alterações na cor da pele, procurar um especialista. “Uma coisa é inegável: muitos problemas poderiam ser resolvidos com o prolongamento do aleitamento materno. Durante os seis primeiros meses de vida, a criança não precisa nem de água, só do leite de mãe. Depois disso, e mesmo até os 2 anos, a mãe pode continuar dando o peito, combinando com os demais alimentos necessários”,
SAIBA MAIS
Nas prateleiras
Ao analisar amostras de alimentos para bebês entre 6 e 18 meses, um estudo publicado no Jornal de Pediatria apontou que 95% tinham teor inadequado de ferro no grupo socioeconômico mais baixo e 65% nos produtos com custo mais elevado. Todas as amostras analisadas, em ambos os grupos, apresentaram quantidade de ferro abaixo do mínimo recomendado (6,0mg a cada 100g).
Menos ferro, mais sódio
Por outro lado, o excesso de sódio foi constatado em 89,2% e 31,7%, respectivamente, para a referência que é de 200mg a cada 100g. Uma dica é que a criança consuma carne bovina para ingerir ferro. Cada 100 gramas de acém moído e cozido, por exemplo, tem cerca de três miligramas de ferro. A pesquisa corresponde à tese de doutorado de Márcia Bitar Portela Neves, defendida em 2009 na Unifesp.
Dúvidas podem induzir aos erros
A maternidade é uma experiência gratificante. “É também uma das fases de maior insegurança”, diz a médica Rogéria Dias Lobo, de 38 anos, mãe de Mariana, de 5 meses. Para ela, é muito provável que a mães errem pelo excesso de cuidados. “Amamentação é difícil e existem muitas dúvidas: se o leite está saindo, se a quantidade é adequada, se é mesmo suficiente. Muitas vezes, a mãe pode desistir do leite materno por medo, por falta de orientação”, diz.
Rogéria reconhece que a necessidade de voltar ao trabalho também atrapalha. “Além disso, tenho amigas que desde cedo dão refrigerantes para os filhos ou outros alimentos que não são aconselháveis. Aqui em casa não. Faço questão de uma alimentação bem saudável”, garante. Opinião semelhante tem a professora Camila Stenico Cassella, de 31 anos, mãe de Vitória, de 2 meses, que se revolta sempre que vê outras mães errando na alimentação dos pequenos, principalmente porque ela, que tinha pouco leite, teve que adiantar a introdução da mamadeira na dieta da filha. “É muito triste não poder amamentar e a gente fica cheia de dúvida sobre a saúde dele. Por isso, eu diria para que as outras mães o fizessem.” O pediatra William Carlos Moraes dá a cartilha às mães que não querem errar.
O primeiro passo é amamentar até os 6 meses. Depois, o bebê já pode experimentar sucos e frutas. Mais tarde, é a vez da papinha de legumes, feitas em casa, onde a mãe pode escolher os ingredientes e dosar corretamente a quantidade de sal. O ideal é que, além de carnes, a refeição contenha também verduras e tubérculos. “Também é importante que a mãe tire todas as dúvidas com seu pediatra. Não precisa ficar com receio de perguntar nada”, diz. O pediatra confirma que as principais dúvidas são sobre o leite materno. A maioria das mães se preocupa se ele é mesmo suficiente para o bebê. “E de novo eu volto a dizer que não há nada melhor do que o leite materno. Ele tem todos os ingredientes que a criança precisa para crescer, facilita a digestão e o transporte de ferro no organismo.” (AG/AAN)
Fonte: CORREIO POPULAR – (Campinas) – SP
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Má alimentação dos bebês preocupa médicos
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6 comentários:
Muito bom e esclarecedor o post.
Eu mesma me pergunto se a Lara está mamando o suficiente. Mas, sei lá, se ela não está chorando, e dorme depois que mama, acho que sim, né!
Não pretendo parar de amamentar tão cedo. É difícil, mas quero ir até além dos 6 meses.
Sei que minha pediatra me diz sempre para dar só leitinho da mamãe, e assim o faço, a não ser em casos extremos que apelamos para uma mamadeirinha de leite artificial, mas nada que vá prejudicar sua saúde.
Sobre sucos e frutas, muitos pediatras indicam o início aos 4 meses... não sei o ponto de vista da minha pediatra, mas pretendo começar com uns 5 meses, antes de começar com as comidas salgadas.
Beijo! Obrigada pelo compartilhamento do texto.
Muito preocupante né Dani...
A Laura mama no peito até hoje... haja tempo...tstss... mais sei que p ela esta sendo muito bom.
E ai quando vai dar uma passadinha no meu blog?
Abraços,
Ai Dani realmente alimentação é uma coisa que preocupa todas as mamães. Desde a quantidade e o conteúdo.
Realmente amamentar é excelente, e a gente se sente a super heroína quando vê que nossos filhos estão ganhando peso com nosso leite.
Eu confesso que sempre quis que a Luísa tivesse uma alimentação totalmente oposta da minha, eu até consegui isso por um tempo, mas depois que ela começou entender um pouco mais as coisas, ela simplesmente passou a ter suas próprias vontades.
Quando resolve não comer certas coisas, simplesmente fecha a boca e não tem jeito.
Mas tomara que com o tempo isso passe.
Beijooooocas para vc e Davi.
Fiquem com DEUS
Amiga, estou super em falta em te escrever, quero te contar do desmame da Lu, da mamadeira.... mas está bem difícil por aqui,desanimada, cansada, na correria com a Luisa levada... vc entende né???
Beijo no meu lindão!
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